As mais de dez caixas de leite, cada uma com 12 litros da bebida, estão intocadas na cozinha da escola desde agosto, quando chegaram. Conforme a embalagem, o prazo de validade de todas esgota em 18 de novembro. E é provável que muitas, até lá, ainda não tenham sido consumidas. As lacunas em armários e potes respondem o motivo: continuam em falta ingredientes para combinar com o alimento. Perto de encerrar o ano letivo, assim permanece a merenda de alunos da rede municipal: incompleta. Segundo o Executivo, o problema deve ser aliviado nos próximos dias, por meio de pregão eletrônico.

Enquanto não ocorre, o cenário deve continuar o mesmo da última semana, quando o Diário Popular conversou com representantes das instituições da rede. Ainda com receio de possíveis represálias, docentes e merendeiras preferem não se identificar, mas narram com indignação a situação. “Os alunos não querem toma leite sem achocolatado, e não tem. São crianças. E também falta açúcar aqui”, reforça uma servidora. Na tabela de alimentos, cada educandário apresenta o controle dos itens - o que chegou, a quantidade e qual e se sobrou. O achocolatado, no caso de uma das escolas, não é repassado desde agosto.

O secretário de Educação e Desporto de Pelotas, José Francisco Madruga da Conceição, assegura que os trâmites de lançamento do pregão eletrônico para compra de alimentos, prometido para esta semana, estão avançando. De acordo com ele, o edital está em análise pela Secretaria de Gestão Administrativa e Financeira para, posteriormente, ser lançado - o que deve ocorrer até a primeira quinzena de novembro. Pelo pregão, as propostas e os lances serão apresentados por meio de recursos de tecnologia da informação. Os primeiros itens a serem licitados devem ser açúcar e achocolatado, ambos escassos nas cozinhas da maioria das escolas municipais.